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Dizer Não: Porque é que é tão difícil? 



Muitas mulheres enfrentam diariamente o desafio de equilibrar trabalho, família, relações pessoais e autocuidado. Este malabarismo de tarefas, responsabilidades e compromissos pode ser exaustivo e, muitas vezes, leva-nos a colocar as nossas necessidades em segundo plano. 


A pergunta é: como é que podemos proteger a nossa saúde mental e emocional diante desta pressão constante?





O que impede muitas mulheres de dizer 'não'

Muitas vezes, a dificuldade em estabelecer limites está enraizada em questões inconscientes. Por exemplo, o medo de ser julgada ou da rejeição, frequentemente associado à infância, pode refletir-se na dificuldade de dizer 'não'. Isto está relacionado ao desejo de ser aceite e a necessidade de aprovação dos outros, um padrão muitas vezes observado nas dinâmicas familiares.


Esta dinâmica é evidente quando somos pequenos e queremos muito agradar às nossas figuras de autoridade, geralmente os pais. Em muitos casos, esta necessidade de agradar os pais traduz-se numa dificuldade em afirmarmos-nos mais tarde na vida.


Dizer 'não' é proteger a nossa energia

Em adultos, somos nós que nos tornamos a nossa própria figura de autoridade. Somos nós a tomar as nossas decisões mais importantes, por muito que possamos ter apoio (e ainda bem que sim), estamos por nossa conta. Por isso mesmo, dizer 'não' torna-se numa forma de autocuidado. 


Ao estabelecer limites claros, protegemos-nos da sobrecarga emocional, física e mental. Ao fazermos isso, podemos libertar-nos das necessidades e desejos dos outros, que tantas vezes nos afasta das nossas próprias necessidades e que nos pode levar ao esgotamento.


As Nossas Defesas

Não é fácil fazer esta transição. O sentimento de culpa surge quase de imediato quando temos este desejo de sermos aceites ou de agradarmos os outros, e não o podemos concretizar.

Dizer que 'não' pode estar associado à possibilidade da rejeição. E aqui entram os famosos mecanismos de defesa. Entre estes mecanismos, a negação pode ser ativada quando evitamos situações ou emoções desconfortáveis. Por exemplo, em vez de dizer 'não' a um pedido, uma pessoa pode negar sua própria necessidade de descanso ou tempo pessoal.

Outro mecanismo é a racionalização – a pessoa pode justificar um 'sim' que, na verdade, é um 'não' inconsciente, criando desculpas que mascaram a real necessidade de impor limites.

O primeiro passo para quebrar esses padrões é tornarmos-nos conscientes deles. Quando sentimos que estamos a negar as nossas próprias necessidades ou a justificar um 'sim' que é, na verdade, um 'não', é importante parar e refletir sobre o que está a acontecer. O autocuidado começa com a autoconsciência.


Desmistificar o 'não'

Dizer 'não' não é egoísmo, mas um ato de amor próprio e autocuidado. É possível dizer 'não' de forma clara, com respeito e sem culpa. Por exemplo, 


  • “Entendo que precises de ajuda, mas neste momento eu não posso.”

  • “Agradeço o convite, mas tenho outros compromissos.”

  • “Eu não poderei assumir isso agora, tenho outras prioridades que precisam da minha atenção.”

  • “Eu sei que contas comigo, mas preciso de priorizar-me a mim mesma neste momento.”


Estes exemplos mostram-nos duas componentes importantes. Primeiro, que é possível dizer 'não' de forma clara e concisa. Segundo, que o 'não' dispensa de justificações excessivas e de culpa atrelada.


Aqui, também é importante frisar a diferença entre ser assertiva e ser agressiva. O 'não' deve ser firme e claro, contudo, não implica ser agressivo. Esta é uma crença limitadora que nos impede de afirmarmos as nossas necessidades. 


Priorizarmos as nossas necessidades e sermos assertivas com as mesmas não é egoísmo. Ser assertiva, comunicar de forma clara, concisa e com respeito, não é ser agressiva.


Ao praticarmos o 'não' de forma assertiva, estamos, na verdade, a criar um espaço saudável para nós mesmas. No início, pode ser desconfortável, mas quanto mais nos permitimos fazer isso, mais natural e poderoso o 'não' se torna. Lembra-te, o 'não' é um músculo que precisa de ser exercitado.


Conclusões

O ‘não’ é uma ferramenta poderosa para manter o equilíbrio emocional e proteger a energia pessoal. É algo que nos pode libertar de certas amarras que nos limitam no dia-a-dia, e que devem ser exploradas. Nós somos a nossa própria autoridade, e nesse papel, temos de saber impor limites onde os sentimos necessários.


Praticar o 'não' não é apenas um ato de autocuidado, é também um passo em direção a uma vida mais equilibrada e autêntica. Quando aprendemos a estabelecer limites, mostramos às outras pessoas que o respeito aos nossos limites é fundamental. E, ao fazer isso, dizemos 'sim' à nossa saúde mental, à nossa energia e à nossa paz interior.


MM


 
 
 

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