Perfeccionismo: quando a busca pela excelência se torna uma armadilha.
- Maria Antónia
- há 4 dias
- 2 min de leitura
Durante anos ser “perfeccionista” foi um elogio.
Para muitas mulheres que acompanhamos aqui, no JANIS, o perfeccionismo não é uma virtude. É um obstáculo silencioso que rouba energia, adia decisões e alimenta um ciclo de auto-exigência que nunca acaba.
O perfeccionismo não é o mesmo que excelência. A diferença está no impacto: a excelência impulsiona-nos, o perfeccionismo bloqueia-nos.
3 exemplos de quando o perfeccionismo se transforma numa armadilha
1. Adiar porque “ainda não está bom o suficiente”
Queres enviar o CV, mas passas semanas a fazer micro-alterações. No final, perdes oportunidades porque nunca sentes que o documento está pronto.
2. Trabalhar horas a mais para ter controlo total
A gestora que revê o trabalho da equipa ao detalhe, refaz apresentações, corrige tudo… e termina exausta. No curto prazo parece dedicação; no longo prazo é insustentável.
3. Evitar desafios com medo de falhar
Mulheres brilhantes que recusam candidatar-se a uma função porque não cumprem 100% dos requisitos. Nesta lógica, a fasquia está sempre alta demais.
Porque é que isto acontece?
O perfeccionismo nasce frequentemente de três fontes:
1) a necessidade de aprovação,
2) o medo de críticas,
3) a crença de que só sendo perfeitas é que somos merecedoras de
respeito.
Como quebrar o ciclo: 3 estratégias práticas
1. Definir o que significa “suficientemente bom”
Antes de começar uma tarefa, estabelece critérios realistas. O teu CV precisa de estar claro, atualizado e bem organizado. Não precisa de ser uma obra-prima de design.
2. Trabalhar com deadlines
Define datas-limite curtas e inegociáveis. O perfeccionismo vive na elasticidade: quanto mais tempo tens, mais tempo encontras para procurar defeitos.
3. Perguntar: “qual é o pior cenário real?”
O perfeccionismo exagera riscos. Muitas vezes, o pior cenário é simplesmente ter de corrigir algo mais tarde.
O perfeccionismo rouba vida.




Comentários